A importância da participação das mulheres nas Engenharias
Por: Engª. Eletricista Nilza Venturini Zampieri
A participação mais efetiva de mulheres nas Engenharias é de fundamental importância para que o nosso país possa atingir a tão sonhada soberania tecnológica e um grau de competitividade frente ao mercado globalizado.
Durante muitos anos, cursar Engenharia foi amplamente associada aos homens. Ainda hoje, o número de mulheres engenheiras é baixo. Segundo dados atuais do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), as mulheres representam menos de 14% dos profissionais registrados em todas as modalidades no sistema Confea/Crea.
Em relação à participação das mulheres engenheiras de Santa Maria nos órgãos de classe, podemos dizer que a única mulher Conselheira Federal representante do CREA-RS, desde a sua fundação, há 84 anos, foi de Santa Maria. Atualmente compõem o Plenário do CREA-RS, 115 Conselheiros Titulares e 115 |Suplentes, sendo somente 17 Conselheiros Titulares mulheres e 13 Suplentes correspondendo a 13% do total, destas 23% são profissionais mulheres de Santa Maria.
Ainda enfrentamos discriminação em nossa área, mas através de nosso desempenho, da segurança com que enfrentamos os problemas e de nossa união, poderemos nos impor e sermos mais respeitadas.
As mulheres são mais detalhistas e analisam o conteúdo em conjunto com a forma. Não que os homens não tenham essas características de forma mais natural. Têm uma capacidade de executar várias tarefas diferentes ao mesmo tempo, isso permite uma capacidade de visão holística da engenharia em todas as suas funções/atribuições e, uma visão integradora de tecnologia, inovação e gestão estratégica.
As carreiras de Engenharias no Brasil têm apresentado, nas últimas décadas, uma nova conformação devido a um maior percentual de ingresso de mulheres, tanto no número de estudantes, quanto pela expansão da ocupação em funções profissionais de diferentes níveis, espaços que em décadas anteriores eram considerados masculinos.
Nesse sentido, merece uma reflexão, em qual paradigma as empresas estão se apoiando para fazer avaliação e escolha de profissionais mulheres, igualmente competentes, mas que veladamente são excluídas de um espaço de disputa.
A essas mulheres profissionais, que competem dia a dia em igualdade de atribuições, formadoras de opinião, éticas e influenciadoras, mas nem sempre reconhecidas por suas contribuições à Engenharia, ainda há uma longa jornada pela frente. O que vale no trabalho é a produção e não o gênero inteligência, competência, ética, profissionalismo, dedicação, empenho, garra e esforço não têm sexo.
Sabemos que ainda falta muito para termos um mercado de trabalho equilibrado no que se refere a gênero. Mas, o mais importante é levar em consideração a competência do profissional, independente do sexo. A desconstrução desse tipo de preconceito só vai acontecer com o esforço das organizações em contratar profissionais com base apenas na qualificação. As mulheres galgaram seus espaços com muito esforço e sob muitas dificuldades e merecem o reconhecimento profissional (e financeiro) de seu empenho.
Que nós mulheres, com nossa sensibilidade, percepção, afetividade, bom relacionamento interpessoal e versatilidade possamos seguir juntas nessa caminhada em prol de um mundo onde a tecnologia traga benefícios a todos.
Para finalizar, não tenho dúvidas que escolhi a profissão correta e devo muito à minha formação, em Engenharia, as conquistas profissionais que atingi.
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